Opinião

Emergência Social, Económica e Financeira

Defendi e defendo que perante um cenário para 2023 de enorme fragilidade e incerteza seria desejável um orçamento que combatesse a retração da atividade económica, apoiando as empresas a manter o emprego, apoiando as famílias a manter o rendimento disponível, aumentando o investimento público e promovendo o investimento privado.

Esta versão é manifestamente incompatível com um orçamento que reduz 140 milhões de euros no investimento público para 2023, e não traz recursos às famílias nem às empresas.

Perante este cenário o Partido Socialista apresentou a proposta de criação de um Plano de Emergência Social e Económica para os Açores. Este plano incluía medidas de apoio às famílias, às empresas e às IPSS/Misericórdias.

Destaco a isenção de mensalidades dos jardins de infância, o complemento regional ao rendimento disponível, o aumento dos apoios ao arrendamento, o apoio de 500 euros aos estudantes deslocados e a atribuição de um apoio para fazer face ao aumento dos juros do crédito à habitação. Todas as medidas foram rejeitadas pelo PSD/CDS/PPM, IL, CH e PAN e apelidadas de irresponsáveis.

Onde para a responsabilidade de quem em 18 meses (entre dezembro de 2020 e junho de 2022) fez aumentar a dívida pública em mais de 650 milhões de euros, totalizando naquela data mais de 3 mil milhões de euros?

Onde para a credibilidade de quem nega essa evidência atestada pelo Banco de Portugal e muito recentemente reforçada pela Moodys?

É bom lembrar que a agência de rating já fala numa dívida superior a 3,3 milhões de euros até ao final do ano, alerta para o seu rápido crescimento e baixa o rating de estável para negativo.

No meio disto tudo há algo muito evidente: o aumento da dívida e da falta de argumentos é diretamente proporcional ao aumento dos ataques pessoais e de caráter.